Os exames laboratoriais refletem o estado fisiológico do indivíduo no momento da coleta da amostra. Para que o resultado possa auxiliar em alguma tomada de decisão, ele deve ser comparado a um valor ou intervalo de referência. Quando o resultado obtido estiver dentro do intervalo de referência, assume-se como normal; quando estiver fora, sugere alguma anormalidade. Mas não são apenas as doenças que causam estes desvios. Algumas variações consideradas fisiológicas podem resultar em valores aparentemente alterados. Uma das causas mais frequentes é o fato do indivíduo não estar em condições comparáveis com as utilizadas para a definição do intervalo de referência, como por exemplo, sem o tempo de jejum adequado. A boa prática laboratorial recomenda que, para a maioria de exames de sangue, a coleta seja realizada após um período mínimo de quatro horas de jejum para o indivíduo adulto. Crianças e recém-nascidos devem ter este prazo reduzido ou até mesmo abolido, dependendo de cada situação clínica. Para cada exame, porém, pode haver a necessidade de orientação específica. Desta forma, neste como em outros aspectos do atendimento médico, as regras não podem ser generalizadas e aplicadas rigorosamente. Cada paciente, cada exame e cada situação devem ter suas particularidades analisadas de forma a se obter o maior grau de confiabilidade dos resultados.